terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Fic 4. Parte: 15.

Eu falo com Gabriel, ele é o único que ainda escuta a minha voz aqui dentro, eu estava mais calada do que nunca.

- Não falta muito pra nós completarmos a idade de sair daqui (seu nome). – disse o Gabriel sorrindo e sentando do meu lado.
- Só mais quantos anos? Meses? Dias? Horas? – disse desanimada.
- Só pense que falta pouco e quando sairmos...
- Eu não sei o que vai ser de mim. – disse o interrompendo.
- Você vai trabalhar, casar, contruir uma família.
- Eu não quero desse jeito. – respondi com certeza.
- É com todo mundo assim.
- Eu não quero continuar sabe Gabriel? Queria me prender em algum lugar apenas eu e...
- Você ainda pensa nele? – Gabriel pergunto com uma cara desapontada. Ele sabe que sim, ele sabe dos meus sentimentos e dos meu medos, é ele que está comigo todo esse tempo, não me deixando cair ou fazer qualquer besteira.
- Não...
- Eu sei que você pensa.
- Não quero falar sobre isso.
- Você tem que superar (seu nome), ele foi embora ele te deixou.
- ELE NÃO ESCOLHEU ISSO... – disse nervosa.
- Ele poderia optar.
- ELE VIVEU AQUI A VIDA INTEIRA, AI APARECE UM CASAL MARAVILHOSO PRA ADOTAR ELE E VOCÊ QUERIA QUE ELE PERDESSE ESSA CHANCE POR UMA GAROTA BOBA IGUAL A MIM?
- Se ele te amasse de verdade.
- CALA A BOCA GABRIEL, CALA A BOCA.
- Me desculpe... – ele disse calmo. Eu sai dali porque se ele falasse mais alguma coisa eu ia meter um soco na cara dele.
Ele me entendia, mas ás vezes me irritava demais, nunca vi alguém assim.
- A Olga deseja falar com você. – disse Eduarda entrando no quarto.
- Tudo bem já vou lá. – ela saiu.
Fui lá falar com Olga, com certeza não era boa coisa...
- A senhora me chamou? – abri a porta com calma.
- Entre.
- Tudo bem. – entrei e sentei, ela estava sem expressão no rosto.
- Sua tia veio te buscar.
- O que... O que? – disse surpresa.
- Lembra da sua tia não é?
- Claro...
- Então, ela veio te buscar.
- Mas como? Porque?
- Pergunte isso para ela, arrume suas malas, em 20 minutos ela estará aqui.
- Ok. – disse ainda espantada, já fazia ano que não via minha tia, eu pensava que ela me esqueceu ali e nunca mais voltaria para me buscar.
Fui correndo arrumar as malas, eu não tinha muita coisa, eram roupas velhas porque fazia anos que eu não saia daquele orfanato, a única vez que eu sai foi para ir pro hospital, nem gosto de me lembrar daquilo.
Peguei as minhas roupas e meus livros que eram as únicas coisas que realmente eram minhas.
Ouvi um barulho de carro chegando provavelmente devia ser a minha tia.
Peguei a minha mala que nem era tão pesada e levei para fora.
Comecei a me despedir das pessoas de lá dei um abraço do Gabriel e agradeci a Olga.
- Vem querida vou te levar pra casa. – disse uma mulher alta e bem bonita
- T-i-i-a? – gaguejei. – o que houve com você? Ta tão diferente!
- Ah (Seu Nome) o negocio do seu tio deu certo e agora estamos ricos e então eu me produzi mais.
- Fico feliz por vocês.
- Agora vem deixa-me levar essa mala. – disse ela caminhando até mim.
Ela pegou a minha mala que não era grande com uma mão e na minha mão com a outra, me guiou até um carro bem bonito e colocou a minha mala no porta-malas depois entrou.
- Vem querida. – disse destrancado a porta
Eu entrei e fiquei maravilhada, pelo que eu me lembro a minha tia tinha um carro velho e caindo aos pedaços, mas esse era incrível
- E então querida como foi esses anos ai? – disse ela enquanto dirigia
- Ah foi legal. – menti
- Que bom, me desculpa por ter te deixado ai, naquela época eu não tinha condições de te levar comigo.
- Tudo bem. – eu disse dando um sorriso fraco.
Passei o caminho inteiro calada só pensando no Leonardo para variar, eu tinha que tirar ele da minha cabeça, quem sabe eu saindo daquele orfanato eu esqueceria ele mais fácil. Surgiu um pouco de esperança.
Paramos na frente de um sobrado branco que era bem grande. Sai do carro e fiquei de boca aberta.
Fiquei admirada, pelo que eu lembrava a casa da minha tia era um casebre bem feio. Mas chega de lembranças, ta na hora de viver o presente
- É essa é a nossa casa agora
- UAU. – eu só consegui falar isso.
Ela sorriu pra mim, pegou mala e me guiou até o meu quarto.
- Vou dar um tempo pra você arrumar as suas coisas. – disse ela e saiu
- Obrigada tia.

A 16ª parte postamos com 5 comentários, mais só amanhã.

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